A China está ganhando
Todos os que nos servimos de mobiles – (existe ainda quem os dispense?) – temos sido inundados por micro-vídeos musicados, bem-humorados e até provocativos – identificados como Tik-Tok.
A proprietária do Tik-Tok é a
ByteDance, poderosa empresa chinesa, que vale dez vezes mais do que o Twitter.
O livro “Tik-Tok Boom”, do jornalista britânico Chris Stokel-Walker, tenta
desvendar um pouco a história da empresa cujo proprietário é o chinês Zhang
Yiming, de trinta e nove anos.
Ele criou esse instrumento que
funciona à base de um algoritmo superpoderoso, que observa o comportamento do
usuário e se utiliza de processamento de linguagem natural e tecnologia de
visão computacional. Produz vídeos curtíssimos e dinâmicos, que seduzem o
observador humano. Interessante que, na China, ele não se chama Tik-Tok, mas
Douyin e funciona desde setembro de 2016, enquanto que no Ocidente capitalista
foi consagrado como Tik-Tok, desde maio de 2017.
O Tik-tok possui escritórios em 126
cidades do globo e só se instala após um consistente estudo da realidade local
e intenso investimento em publicidade. No ano de 2019, investiu três milhões de
dólares por dia, apenas nos Estados Unidos.
Cresceu assustadoramente com a
pandemia. Mudou condutas, transformou a indústria musical, despertou a
criatividade da juventude e criou influenciadores muito novos. Em setembro de
2021, atingiu o patamar de um bilhão de usuários ativos.
Quem o perseguiu foi Donald Trump.
Ao convocar adeptos para um evento de campanha, teve a surpresa de não ter
ninguém para assisti-lo. Os “tik-tokers” haviam comprado todos os ingressos e
não foram.
Por isso o discurso anti-China, a
desconhecer que essa potência já se tornou a líder planetária cuja supremacia
tecnológica já superou o Vale do Silício. A Meta, empresa que controla o
Facebook, o Instagram e o WhatsApp entre outras, não conseguiu produzir um
aplicativo que possa concorrer com o Tik-Tok. Enquanto isso, seu inventor,
Zhang, considerado “ocidental demais para a China e chinês demais para o
Ocidente”, quer que sua Byte-Dance prospere e suplante a concorrência. Está
muito perto disso.
José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da
ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.
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