Estado tentacular é monstro
O Estado surgiu para coordenar a
convivência e para permitir que, dentro dele, desabrochem as vocações plurais e
individuais. É conceituado como sociedade de fins gerais. O que significa isso?
É um ambiente guarda-chuva para que se desenvolvam e sobrevivam as sociedades
de fins particulares – ex: a família – e cada pessoa humana.
Só que o homem é um bicho perigoso.
Basta assumir poder e não quer mais largar dele. Ao contrário: faz tudo para se
perpetuar no cargo. Com isso, os Estados modernos se tornaram enormes
patologias. Sabem de tudo, comandam tudo e querem tomar conta de tudo.
O resultado é aquele que já
conhecemos: tudo o que o Estado faz é mais demorado, mais dispendioso e menos
eficiente. Além disso – o que é pior – paira sobre essa atividade estatal a
chaga inextinguível da corrupção.
Não se justifica o Estado
imiscuir-se naquilo que a iniciativa privada sabe fazer e o faz de maneira
incrivelmente superior. Há campos em que ele tem de atuar para suprir a
insuficiência do particular. Mas competir com o particular é jogar dinheiro do
povo fora.
São poucas as tarefas das quais ele
não pode abrir mão. Segurança pública é uma delas, a administração da Justiça
também. Em parte a educação, porque é essencial que haja um leque de múltiplas
oportunidades para as famílias escolherem. Escolas confessionais, militares,
teosóficas, logosóficas, piagetianas, montessorianas, etc. Até o home-schooling
não deve ser vedado. Se os pais puderem escolher uma escola particular e o
Estado se encarregar de pagar bolsas, por via indireta ele fará com que a
escola pública se torne melhor e tente se equiparar à mantida pelos
particulares.
Nem tudo o que só o Estado pode
fazer deve crescer ao infinito. O Judiciário, por exemplo. Quando ele cresce
vegetativamente, quando ele se converte num calvário com quatro instâncias e
mais de cem recursos possíveis, no sistema recursal irracional e caótico, ele
faz com que as pessoas procurem resolver de outra maneira os seus problemas.
Com o tempo, a Justiça se desprestigia e pode se tornar até descartável.
Isso tem de estar na mira dos
responsáveis, porque o crescimento em quantidade é como câncer: pode, se não
for tratado, conduzir à morte.
José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da
ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.
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