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Santa Bárbara,09/05/2024

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Homenagear os professores é lutar pela Educação

Homenagear os professores é lutar pela Educação


No dia 20 de outubro, às 20 horas, nosso mandatopopular promove no Plenário Juscelino Kubitscheck da Assembleia LegislativaSessão Solene em homenagem ao Dia das Professoras e dos Professores, que secomemora em 15 de outubro, domingo.

Muitos de vocês, leitores, se perguntarão: o que hápara comemorar, se a nossa profissão se encontra tão desvalorizada pelosgovernantes e tão pouco almejada pela juventude?

Eu respondo que devemos comemorar o fato de existirmose o nosso compromisso com a Educação, com nossos estudantes, com o futuro danossa juventude e do nosso país. Devemos comemorar o fato de sermos a maisimportante profissão na nossa sociedade, pois todos os demais profissionaispassam pelas mãos de um professor e de uma professora.

Se o Estado não nos valoriza devidamente, se asautoridades não nos apoiam salarial e profissionalmente como deveriam, mude-seo Estado, mudem-se as autoridades, mudem-se as políticas. E a sociedade tempoder para tanto, por meio do voto e de sua mobilização.

Por isso, o Dia da Professora e do Professor é,igualmente, dia de luta. Luta por políticas educacionais corretas e justas, porEducação pública, gratuita, laica, inclusiva, de qualidade, que atenda osinteresses dos filhos e filhas da classe trabalhadora. Luta por saláriosdignos, carreira aberta, justa e atraente, fim do assédio moral nas escolas,condições de trabalho, enfim, tudo aquilo que signifique melhoria efetiva paraa nossa profissão e que, essencialmente, repercute na qualidade do ensino paranossos estudantes.

Dados recentes de uma pesquisa publica pela FAPESP –Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, mostram que em todo oBrasil houve uma redução no número de concluintes de licenciaturas em áreasespecíficas, de 123 mil em 2010 para 111 mil em 2021. A pesquisa indica que aredução é alta em todas as áreas, mas é maior em Física, Matemática, Química,Sociologia, Filosofia e Língua Estrangeira.

A pesquisa indica também que muitos estudantesconcluem o ensino médio sem terem tido aulas em alguma dessas disciplinas (àsvezes mais de uma) e que, em muitos casos, são contratados profissionais dessasáreas, sem licenciatura, devido à escassez de professores e professoras.

O que leva ao desinteresse da juventude pelomagistério? A própria pesquisa também aponta a resposta: em primeiro lugar afalta de atratividade dos salários e da carreira, combinada com problemascurriculares, muitos deles derivados da reforma do ensino médio imposta pelogoverno de Michel Temer e que será objeto de projeto de lei que o governo Lulaencaminhará ao Congresso Nacional.

Aqui no Estado de São Paulo a situação se agrava cadavez mais. Ao longo das últimas duas décadas, uma sucessão de novas leis vemsubmetendo os professores a condições cada vez piores de salário, carreira,jornada de trabalho e ambiente escolar, onde falta estrutura, equipamentos,grande parte das classes são superlotadas e programas excludentes (como o PEI –Programa de Ensino Integral) empurram para fora da escola os estudantestrabalhadores e submete os professores um regime de trabalho sufocante e abusivoem troca de uma gratificação.

O atual governo vem dando sequência a esse tipo depolítica, apesar das promessas de revogar parte delas. Até o momento não enviouà ALESP os projetos para cumprimento das Atividades Pedagógicas Diversificadas(APD) em local de livre escolha, nem aquele que acaba com o desconto integraldo dia de salário quanto os professores se atrasam apenas alguns minutos oudeixam de ministrar uma ou duas aulas. Insiste também em colocar jornada detrabalho como fator na classificação dos professores para a atribuição deaulas, além de não aplicar o reajuste do piso nacional no salário base, entretantos outros ataques à categoria. Pior de tudo: quer reduzir as verbas daEducação de 30% para 25% do orçamento estadual. Não vamos aceitar!

Por isso, no mesmo dia 20 de outubro, às 16 horas,estaremos em assembleia estadual da APEOESP na Praça da República, em frente àSEDUC e, às 17 horas, realizaremos um ato público com outras entidades daEducação, entidades estudantis, movimentos sociais, centrais sindicaisdefendendo a Educação pública e relançando o Grito pela Educação Pública deQualidade no Estado de São Paulo.

Assim, comemorando e lutando, continuamos defendendo omagistério, a escola pública e os direitos educacionais de nossas crianças e dajuventude.

 

ProfessoraBebel é deputada estadual (PT) e segunda presidenta da Apeoesp





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