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Santa Bárbara,27/07/2024

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O inferno chegou

O inferno chegou

Nosprimeiros treze dias de novembro, quase dois mil e quinhentos focos de incêndioforam registrados no Pantanal. A maioria no Mato Grosso, onde o fogo destróireservas particulares áreas de preservação estadual e federal, fazendas eterras indígenas.

 

Quasemil hectares já desapareceram. Com a onda de calor que derruba as teses doscéticos e prova que a humanidade escolheu o apocalipse em lugar de cuidar deseu único habitat, a situação tende a piorar.

 

Asituação é tétrica, se comparada com 2022, quando se registraram apenas 57pontos de calor no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É que naquele ano, o mêsde novembro encontrou o pantanal alagado, por força das chuvas de setembro eoutubro.

 

Nãoadianta culpar “El Niño”, mas é preciso acordar para a urgência de medidas maisdrásticas. Como observa o presidente da ONG SOS Pantanal, Alexandre Bossi, “oincêndio não respeita divisas”. Todos têm de se unir: Governos Federal,Estadual e Municipal, Terceiro Setor e sociedade civil.

  

Situaçãode emergência em inúmeras cidades, população ameaçada de ter de deixar o espaçoem que habitam há várias gerações, sem falar na queda do movimento do turismo,tão vital para a economia mato-grossense.

  

Oestágio de secura da terra e da vegetação que morreu e resta calcinada, asaltas temperaturas, os ventos, a baixa umidade, os raios, tudo forma uma condiçãoideal para que o Pantanal se extinga e, em seu lugar, surja um deserto.

 

Parecesurreal que a região mais úmida do Brasil, a parte que permanecia alagadadurante quase todo o tempo, seja consumida pelas chamas. E isso não é causadopela natureza. É resultado da inconsequência, da insanidade e da verdadeira insensatezcom que se comporta o animal que se considera racional. E que não percebe orisco de desaparecimento da vida em grande parcela do território nacional.

  

Haverátempo suficiente para que o juízo e a conversão ecológica façam com que anatureza se recomponha, as árvores sejam replantadas, façam a água retornar eafastem o pesadelo que hoje vivem os mato-grossenses? Não há tempo a perder. Éurgente afastar a sensação de que o inferno chegou.


José Renato Nalini é Reitor daUNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral daACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.        





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