Nilton Moreira
Os soberbos

Parte da mensagem mediúnica de Adolfo, bispo de Argel. (Marmande 1862). “Homens, porque vos queixais das calamidades que vós mesmos amontoastes sobre as vossascabeças? Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos espanteis,pois, de que a taça da iniquidade haja transbordado de todos os lados.Generaliza-se o mal-estar. A quem inculpar, senão a vós que incessantementeprocurais esmagar-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes, sem mútuabenevolência; mas, como pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho,eis a fonte de todos os vossos males. Aplicai-vos, portanto, em destruí-lo, senão lhe quiserdes perpetuar as funestas consequências.
Um único meio se vosoferece para isso, mas infalível: tomardes para regra invariável do vossoproceder a lei do Cristo, lei que tendes repelido ou falseado em sua interpretação.Por que haveis de ter em maior estima o que brilha e encanta os olhos, do que oque toca o coração? Por que fazeis do vício na opulência objeto das vossasadulações, ao passo que desdenhais do verdadeiro mérito na obscuridade?
Quandoa consideração dispensada aos outros se mede pelo ouro que possuem ou pelo nomede que usam, que interesse podem eles ter em se corrigirem de seus defeitos?Dar-se-ia o inverso, se a opinião geral fustigasse o vício dourado, tantoquanto o vício em andrajos; mas, o orgulho se mostra indulgente para com tudo oque o lisonjeia.
Por que há de cada um querer elevar-se acima de seu irmão?Desse fato sofre hoje a sociedade as consequências. Quando o orgulhochega ao extremo, tem-se um indício de queda próxima, porquanto Deus nuncadeixa de castigar os soberbos. Se por vezes consente que eles subam, é paralhes dar tempo à reflexão e a que se emendem, sob os golpes que de quando emquando lhes desfere no orgulho para os advertir. Mas, em lugar de sehumilharem, eles se revoltam. Então, cheia a medida, Deus os abatecompletamente e tanto mais horrível lhes é a queda, quanto mais alto hajamsubido. Em sua misericórdia infinita, Deus te envia poderoso remédio para osteus males, um inesperado socorro à tua miséria.
Abre os olhos à luz: aquiestão as almas dos que já não vivem na Terra e que te vêm chamar ao cumprimentodos deveres reais. Eles te dirão, com a autoridade da experiência, quanto asvaidades e as grandezas da vossa passageira existência são mesquinhas a par da eternidade.”
Nilton Moreira escreve semanalmente para o Portal Região Hoje
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