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Santa Bárbara,18/04/2024

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Isto É publica reportagem sobre acusações envolvendo bispos e padres; Diocese divulga esclarecimento


Isto É publica reportagem sobre acusações envolvendo bispos e padres; Diocese divulga esclarecimento Bispo Fernando Mason é alvo de acusações na Diocese de Piracicaba (Imagem Isto É)

A Revista \"Isto É\" desse fim de semana publicou uma reportagem sobre escândalos envolvendo a Igreja Católica, citando as dioceses de Limeira e Piracicaba, sob o título \"Máfia da Batina\". Em Limeira, as acusações de abusos sexuais e de desvios de recursos, culminou com a renúncia do bispo Dom Vilson Dias de Oliveira, que passou à condição de bispo emérito e do afastamento do padre Pedro Leandro Ricardo, da Basílica Santo Antonio de Pádua, de Americana. As investigações contra o padre ainda não foram concluídas.


Quanto à Diocese de Piracicaba, a revista Isto É destaca em trechos da reportagem.


\"No epicentro da trama estão o bispo de Piracicaba, dom Fernando Mason, o bispo-emérito de Limeira, dom Vilson Dias de Oliveira — que renunciou —, e seu substituto provisório, o vigário-geral de Limeira, Júlio Barbado. Perto de completar 75 anos, quando poderá apresentar sua renúncia, dom Fernando foi denunciado sucessivas vezes ao papa Francisco por suspeitas de evasão de divisas, desvio de recursos doados, favorecimentos e acobertamentos, inclusive em casos sexuais envolvendo padres e seminaristas. Já Barbado, além de manter os protegidos de dom Vilson no esquema, teria comprado sua nomeação para se tornar o administrador da diocese. “O vigário-geral deu R$ 30 mil para ele [dom Vilson]”, afirma o padre Reynaldo Ferreira de Melo, pároco na cidade de Engenheiro Coelho, em áudio enviado à Polícia Civil. Junto com colegas, o padre também denunciou o hoje bispo-emérito de Limeira à Santa Sé. 


Inabalável


Os escândalos parecem não abalar suas rotinas. Dom Fernando estaria de férias na Itália e dom Vilson pregaria no interior do Paraná. Barbado afirmou que os problemas não envolvem a cúria e aponta como culpados os colegas de batina, que só o acusariam por terem dado dinheiro ao bispo em troca de cargos sem terem levado nada. Ele alega que nada de errado pode ser encontrado em sua movimentação bancária de 2017. “Foi desconfiança e ciúmes”, afirma.


Ainda que não atuem necessariamente como um grupo organizado, há conexões entre as dioceses e similaridades no modo de operação. Quando bispo de Caraguatatuba, no litoral paulista, em 1999, dom Fernando teve dom Vilson como seu vigário-geral. Depois, em 2007, dom Vilson acabou em Limeira por influência de seu antigo superior e aliado. 


Dinheiro não declarado


O apreço pelo vil metal também se deu em episódios menores, mas que só fazem aumentar a desconfiança de católicos praticantes. Em 2010, dom Fernando não conseguiu embarcar para Roma a partir do aeroporto de Guarulhos. Ele portaria dinheiro não declarado na bagagem e só conseguiu partir no dia seguinte. O caso foi abafado, mas teria chegado às autoridades eclesiásticas. Também pesa contra ele a construção da suntuosa residência episcopal de Piracicaba, erguida no condomínio Residencial São Luiz. A edificação compreende duas casas, estrategicamente vizinhas, interligadas por uma capela. O terreno e a casa, avaliados em R$ 3 milhões, foram bancados com o aumento das doações das paróquias, o que provocou indignação entre leigos e padres. Com o novo endereço, dom Fernando não se manteria afastado de seu centro de poder, já que viveria ao lado de seu substituto. Ainda da diocese, a antiga residência oficial, uma casa murada de 350 metros quadrados de área construída segue vazia, a deteriorar-se em um bairro nobre. “Não dá para falar em humildade e solidariedade, em pregar contra a violência nas ruas, e viver encastelado, longe de quem precisa de ajuda”, reclama um professor que se afastou da igreja. Por causa desse comportamento, dom Fernando foi apelidado de Bórgia Caipira, em referência ao papa Alexandre VI (1492-1503). O exagero na comparação com a vida de luxos e dissoluções retratadas na literatura e na série de TV “Os Bórgias” serve como medida do descontentamento de parte de seu rebanho.


Crimes e luxúrias com dinheiro dos fiéis


Em maio, moradores do pequeno município de São Pedro, integrante da diocese de Piracicaba, denunciaram ao bispo Mason que meia dúzia de padres da região manteriam encontros sexuais com seminaristas na cidade. Religiosos de diferentes idades também foram vistos nas saunas 3 Chic, em Campinas, e 269 Chilli Pepper, no centro de São Paulo, na companhia de jovens. E piora.


Em março de 2016, uma carta foi enviada ao papa Francisco denunciando um relacionamento entre um padre de Piracicaba e um jovem menor de idade. Tudo encoberto por dom Fernando Mason. Por temor de que o documento não chegasse ao conhecimento do sumo pontífice, cópias foram despachadas ao núncio apostólico — o embaixador do Vaticano em Brasília —, dom Giovanni D’Aniello, ao então presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sérgio da Rocha, e para os arcebispos do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas e Aparecida. A carta contém quatorze assinaturas. Além do afastamento dos padres Pedro Leandro Ricardo e Felipe Negro, da renúncia do bispo dom Vilson Dias e da expulsão de alguns seminaristas por envolvimento sexual, nenhuma outra punição ocorreu. Os padres Felipe Negro e Leandro Ricardo são investigados por corrupção e pedofilia\".


DIOCESE DIVULGA ESCLARECIMENTO


A Diocese de Piracicaba divulgou, na sexta-feira, por meio de sua assessoria de comunicação, uma nota de esclarecimento sobre divulgação de informações que afetam diretamente a instituição.


Eis a íntegra do comunicado:


\"A respeito das calúnias e difamações que o Bispo Diocesano e alguns padres de nossa Diocese vêm sofrendo, a Diocese de Piracicaba lamenta profundamente, pois são afirmações maldosas, levianas, sem fundamento e sem comprovação; a respeito serão tomadas as providências cabíveis.


Acerca da administração diocesana, a Diocese de Piracicaba sempre esteve e sempre estará à disposição dos organismos competentes no âmbito eclesial e nas esferas federais, estaduais e municipais, em busca da justiça e da verdade.


O Bispo Diocesano e os padres caluniados lembram a Palavra do Senhor que manda amar os inimigos, rezar por eles e lhes fazer o bem na verdade (cf. Mt 5,44)\".


Piracicaba, 23 de agosto de 2019.


Assessoria de Comunicação


Diocese de Piracicaba


 




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