Em quase 20 anos de carreira profissional, Finazzi marcou seu nome no futebol brasileiro entre as décadas de 1990 e 2000. Mais conhecido pela passagem no Corinthians, o ex-atacante, revelado nas categorias de base do Guarani, pendurou as chuteiras em 2014 — quando encerrou as atividades no Itapirense. Desde a aposentadoria, Finazzi se dedica a outro esporte: o poker.

Reconhecido oficialmente pelo Ministério do Esporte, o poker está classificado na categoria “esporte da mente” e atrai praticantes do mundo todo. Se antes Finazzi era conhecido pelos gols, agora ele quer ser uma das referências dessa modalidade a nível nacional.

Em entrevista para a Rede Bandeirantes, no programa Donos da Bola, Finazzi contou que se apaixonou pelo poker na concentração das equipes em que atuava. “Eu praticava no computador, sempre me identifiquei com isso. Alguns ex-companheiros de futebol chegaram a aprender o poker comigo”, disse o ex-atacante.

Finazzi já se dedica ao poker há algum tempo, pois após a aposentadoria dos gramados (2014) ele passou a viver o esporte das cartas integralmente. Formado no curso de Engenharia Civil da PUC de Campinas, ele acredita que a base analítica de seus estudos é proveitosa nas cartas: “Eu sou fissurado por matemática, e consigo dar aula para nível colegial. No poker isso ajuda bastante. É um esporte que envolve cálculo, estratégia, estatística.”

O empenho, a dedicação e a paixão pelo poker se traduzem em resultados positivos nas mesas. Apesar de não estar no patamar da elite do poker nacional, Finazzi já coleciona alguns resultados expressivos.

Em 2016, o ex-atacante entrou chamou atenção pela boa participação em uma etapa disputada em São Paulo do Campeonato Brasileiro de Poker (também conhecido como BSOP). Naquela etapa disputada em fevereiro, ele conseguiu ficar entre os 35 primeiros em um evento pela modalidade Texas Hold’em.

Mais tarde no mesmo ano, Finazzi entrou para o último dia de uma etapa do Campeonato Paulista de Poker (CPP) como o líder da competição. Apesar de não ter concretizado a liderança em título, a boa participação no estadual elevou mais a moral dele nessa modalidade.

Em novembro do ano passado, Finazzi competiu com outras grandes personalidades no Desafio das Estrelas, um evento anexo ao BSOP Millions — maior etapa de poker da América Latina. O ex-atacante não ficou com a vitória, e viu Ademir Jr., filho do lendário Ademir da Guia, ganhar a disputa.

A conexão de Finazzi com o poker passa estritamente pelo H2 Club, localizado em Pinheiros, na cidade de São Paulo. Ele participa de várias competições que acontecem por lá, e neste ano esteve na inauguração na filial desse clube em Curitiba. Considerado o maior clube do país, a matriz foi fundada em 2006 e abriga grandes competições desse esporte.

Além de ser frequente em competições, Finazzi também enxerga no poker uma possibilidade de investimento como empresário. “Hoje eu vivo praticamente o tempo todo do poker. Penso também como um investimento para o futuro”, afirmou o ex-atacante em reportagem de Fernando Gavini, para a TV Gazeta.

Finazzi não é a única personalidade conhecida do futebol que gosta e pratica o poker. No ano passado, o atacante Hugo Cabral, ainda atuando pelo América-MG (atualmente está no CSA), venceu uma competição online ao bater mais de 6.600 competidores. Moisés, meio-campista do Palmeiras, também é um adepto da modalidade, assim como Michel Bastos — atualmente no Sport — e tantos outros.

Não é coincidência que o poker é um esporte querido por muitas personalidades do futebol. “O poker está crescendo muito no Brasil, e vejo um futuro brilhante para esse esporte”, reconhece Finazzi, que ainda nos tempos de jogador praticava com os colegas de time.

Aos 45 anos e se dedicando ao poker, Finazzi tem muito tempo pela frente para tentar se consolidar cada vez mais como uma figura conhecida nas cartas. Com a ascensão cada vez maior desse esporte, é provável que outros jogadores de futebol tomem o mesmo caminho após a aposentadoria dos gramados.