José de Paiva Netto
Dia da Liberdade de Cultos

Setede janeiro marca o Dia da Liberdade de Cultos. O ilustre escritor JorgeAmado (1912-2001), então deputado federal, apresentou um projeto de lei àAssembleia Constituinte de 1946 que aprovou essa meritória data comemorativa.
Naturalmente,para fazer cumprir-se uma lei, que visa coibir hostilidades milenares, torna-seindispensável um esforço conjunto. A Legião da Boa Vontade, desde que surgiucom Alziro Zarur (1914-1979), no programa Hora da Boa Vontade, em 1949, vem pautando seus propósitos em proldo direito de cada um expressar sua fé e do entendimento de todos pelo bemcomum. Uma de suas primeiras iniciativas foi a Cruzada de Religiões Irmanadas,abrindo assim o inter-relacionamento religioso no país, cuja reunião inauguralocorreu no Salão do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), nacapital fluminense, em 7 de janeiro de 1950, após sucessivas reuniõespreparatórias realizadas no mesmo local, nos meses de outubro, novembro edezembro de 1949, na sala da diretoria da prestigiada Associação.
Diversidadereligiosa e direitos humanos
Noano de 2013, a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República,publicou a cartilha Diversidade religiosae direitos humanos, conscientizando o povo da necessidade de respeito entreos diferentes credos. Nela constam também citações de líderes religiosos edefensores dos direitos humanos que exaltam ideais fraternos e solidários.Oportunamente, agradeço o destaque que a referida cartilha deu a este pequenotrecho do meu artigo “Religião não rima com intolerância”:
CompreendoReligião como Fraternidade, Solidariedade, Entendimento, Compaixão,Generosidade, Respeito à Vida Humana, Salvação das Almas, Iluminação doEspírito, que todos somos. Tudo isso no sentido mais elevado. Creio na Religiãocomo algo dinâmico, vivo, pragmático, altruisticamente realizador, que abrecaminhos de luz nas Almas e que, por essa razão, deve estar na vanguarda ética.Não a vejo como coisa abúlica, nefelibata, afastada do cotidiano de luta pelasobrevivência que sufoca as massas. Não a entenderia, se não atuasse também, demodo sensato, na transformação das realidades tristes que ainda atormentam ospovos.
QuatroPilares do Ecumenismo
Aindano campo da boa coexistência entre as criaturas, ao desenvolver a concepção quetemos sobre duas terminologias criadas por Zarur — Ecumenismo Irrestrito eEcumenismo Total, podemos agora, indo adiante, destacar:
OEcumenismo Irrestrito prega o perfeito relacionamento entre todas as criaturasda Terra. Trata-se de um caminho aberto à Paz, pois deplora a intolerância eafirma que ela não precisa rimar com religião. O Ecumenismo Total preconiza aconsciente e fraterna aliança da humanidade da Terra com a do Mundo EspiritualSuperior. Afinal de contas, os mortos verdadeiramente não morrem. Eles são,agora, o que seremos amanhã. O célebre pastor evangéliconorte-americano Billy Graham (1918-2018) escreveu: “A morte não é o fim, mas o começo de umanova dimensão de vida — a vida eterna. (...) Pela Suaressurreição dentre os mortos, Jesus demonstrou — sem qualquer sombrade dúvida — que existe vida após a morte”. Deve-se contar também, por puroraciocínio, qualquer civilização que possa haver no Espaço. Por que não?! Todoo Universo está aí para que apenas o fiquemos — à exceção dos astrônomos,pensadores e poetas — ociosamente apreciando?! E olhe lá, quando nos lembramosde erguer os olhos para ele... Seria pretensão de nossa parte admitir aimpossibilidade da existência de outras formas de vida no Cosmos. Outro ponto:nem tudo (ou todos) que lá por fora exista tem por obrigação parecer conosco.Quando o ser humano isso compreender, estará mais apto a vivenciar os outros doispilares: Ecumenismo dos Corações e Ecumenismo Divino.
Voltaremosao assunto.
Joséde Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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