José Renato Nalini
Mais etanol em nossos carros

O Brasil é um país privilegiado emrelação à emissão dos gases venenosos causadores do efeito estufa. São eles quecausam o aquecimento global e este é que está matando gente que poderia vivermais. A culpa é de todos, embora a maior parte recaia sobre aqueles que nosrepresentam e usam o dinheiro do contribuinte para governar.
Aindarecentemente, Michael França, um ciclista que ganhou o Jabuti Acadêmico, diziaque o calor excessivo não é só desconforto. É um grande prejuízo para aeconomia. As temperaturas elevadas corroem a produtividade, pressionam oscustos energéticos e sobrecarregam os sistemas de saúde. O remédio está àdisposição de todos, que é arborizar as cidades. As árvores atenuam atemperatura. Quem não cuidar desse desafio da redução do aquecimento globalpagará por essa má escolha. O crescimento continuará anêmico, a desigualdadeaumentará e a qualidade de vida deteriorará ainda mais. A conta das másescolhas sempre chega.
Umaoutra forma de atenuar o aquecimento global é abastecer o carro com etanol. É onosso álcool, produzido por nossos canaviais. São Paulo é o maior produtor. E éimportante observar a lei que permite um percentual de mistura de etanol anidrona gasolina, até 35%.
Oetanol é combustível limpo. O mundo não tem condições de produzi-lo como nós. Eo aumento do uso de etanol vai gerar aumento da demanda e os investimentos nosetor crescerão, além de gerar mais empregos.
Étriste verificar que mesmo os proprietários de carros flex prefiram abastecercom gasolina em lugar de se servir do combustível natural, limpo e nosso, que éo etanol. Não seja um desses motoristas que continuam a empestear o mundo, agerar aquecimento global, a emitir gases venenosos e partículas que matam.
Somosinconscientes da responsabilidade individual quanto a problemas globais dosquais somos causa direta. Prestigiemos o que é nosso. Mais etanol, menosgasolina. Combustíveis fósseis estão condenados. Tenhamos juízo e nãocontinuemos a insistir no fim da História, pois é isso o que virá se astemperaturas se elevarem no ritmo dos últimos anos.
José Renato Nalini é Reitor daUNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo dasMudanças Climáticas de São Paulo.
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