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Santa Bárbara,27/04/2024

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A mulher no conSerto das nações

A mulher no conSerto das nações


Prezadosleitores e leitoras, antes de tudo devo esclarecer-lhes sobre a palavraconSerto grafada com “s” no título deste artigo. Não se trata de erro oudistração no emprego do vocábulo em português. É conSerto mesmo, porquanto, da forma que se encontra o mundo apré-abrasar-se com o aquecimento global, é melhor que os gênerosconfraternizem, unam forças e realizem o conSerto urgente do que ameaçaquebrar-se, porque, do contrário, poderemos acabar nuclear ou climaticamentecozidos numa panela fenomenal: o planeta que habitamos. Isto sem falar noameaçador bioterrorismo.

Feita aobservação, peço-lhes licença para justa homenagem às mulheres de todos ossegmentos da sociedade — entre eles, étnicos, religiosos, científicos,políticos, enfim: culturais —, àquelas que são a base das nações, quandointegradas em Deus e/ou nos mais elevados sentimentos que honram a raça humana,apresentando-lhes texto que enviei e foi traduzido pela ONU em seus seisidiomas oficiais (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo), porocasião da 51a sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres,em 2007, na sede das Nações Unidas, em Nova York. Evento que sempre tem apresença da LBV, que leva a sua palavra de paz às delegações do mundo, comoocorre novamente este ano.

"Pão erosas"

A luta pelaemancipação da mulher é antiga. Já nos tempos clássicos da Grécia, esseespírito libertário procurava, sob certo aspecto, o seu caminho nos esforços edificuldades de Lisístrata, com sua greve do sexo, na qual moveu mulheres deAtenas e de Esparta, para deter a Guerra do Peloponeso, segundo a comédia deAristófanes.

Em 1857,centenas de operárias das fábricas têxteis e de vestuário de Nova Yorkiniciaram um forte protesto contra os baixos salários, jornada de mais de 12horas e péssimas condições de trabalho. Em 1908, mais de 14 mil delas voltaramàs ruas nova-iorquinas. Sob o slogan“Pão e rosas” — “tendo o pão como símboloda estabilidade econômica e as rosas representando uma melhor qualidade devida” —, pleiteavam idênticos direitos aos reivindicados pelastrabalhadoras da década de 50 do século 19. Aproximadamente 130 delas faleceramdurante misterioso incêndio. Mas não ficou só nisso a luta. Três anos depois,também naquela cidade, ocorreu outro trágico acontecimento provocado pelasinfernais condições de segurança na Triangle Shirtwaist Company. Em 25 de marçode 1911, mais de 140 tecelãs e tecelões, de maioria italiana e judia, morreramcalcinados (21 eram homens). Os fatos foram, em sua dramaticidade, registrados:criaturas em desespero jogando-se das janelas do prédio em chamas. Asmanifestações ocorridas na metrópole cosmopolita alinham-se entre os principaisdegraus para a emancipação da mulher, bem como os esforços de tantas outras.

A atitudecorajosa delas encontra-se perfeitamente enquadrada nesta exclamação dainesquecível Helen Keller (1880-1968): “Avida é uma aventura ousada ou nada!”

É palmar que afamosa ativista social se refere à audácia que impulsiona os vanguardeiros arever costumes e conceitos ultrapassados, que retardam a evolução das criaturase dos povos (sobretudo no campo imprescindível do conhecimento espiritual). Elaprópria é um modelo constante dessa premissa. Cega e surda, em decorrência deuma doença manifestada aos 18 meses, rompeu barreiras, tornando-se uma dasmulheres mais respeitadas da História.

A Alma da humanidade

O papel damulher é tão importante, que, mesmo com todas as obstruções da culturamachista, nenhuma organização que queira sobreviver — seja ela religiosa,política, filosófica, científica, empresarial ou familiar — pode abrir mão deseu apoio. Ora, a mulher, bafejada pelo Sopro Divino, é a Alma de tudo, é aAlma da humanidade, é a boa raiz, a base das civilizações, a defesa daexistência humana. Qual mãe deseja ver seu filho morto na guerra? Ai de nós, oshomens, se não fossem as mulheres esclarecidas, inspiradas, iluminadas!

Essas nossasafirmativas encontram ressonância nas do educador norte-americano CharlesMcIver (1860-1906), que dizia: “O caminhomais econômico, fácil e certo para a educação universal é educar as mulheres,aquelas que se tornarão as mães e professoras de gerações futuras”.

Verdade sejadita, homem algum pouco realiza de verdadeiramente proveitoso em favor da Pazse não contar, de uma forma ou de outra, com a inspiração feminina. Realmente,pois, “se você educar um homem, educa umindivíduo; mas, se educar uma mulher, educa uma família”. Exato, McIver.

Apropriadatambém a assertiva do velho Goethe (1749-1832): “O homem digno irá longe guiado pelas boas palavras de uma mulhersábia”.

Às mulheres doBrasil e do mundo, a nossa saudação pela data especial: 8 de março — embora, naLegião da Boa Vontade, na Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, naFundação JPN e na Associação Boa Vontade, todo dia é dia da mulher de real BoaVontade, cujo exemplo de coragem encontramos no Evangelho do Cristo, segundoJoão, 19:25, que relata o apoio das mulheres por Ele recebido, que estavamacompanhadas unicamente pelo Discípulo Amado, na derradeira hora, no momento daSua crucificação: “E diante da cruzestavam a mãe de Jesus, a irmã dela e também Maria Madalena, e Maria, mulher deClopas”. Essas heroínas, no instante supremo da dor, não O abandonaram,permanecendo ao Seu lado, num inaudito sinal de bravura. Nenhuma ação humanapode, decisivamente, progredir sem o auxílio, reservado ou público, dasmulheres. A História está repleta de comprovações.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista,radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 





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