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Santa Bárbara,06/05/2024

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Economia da solidão

Economia da solidão


        

Cresceo número dos que vivem só. Não é para lamentar. Escolher a vida sem companhia éuma opção. O Instituto Gallup e a Meta, dona do WhatsApp, Facebook e Instagram,apurou que de cada quatro pessoas no planeta, uma se sente só. Isso nãosignifica que todos os sozinhos sejam infelizes. Por isso elaborou-se alucrativa “economia da solidão”.

           

Ossupermercados ostentam hoje porções para uma só pessoa. Quem vive só tem deracionalizar suas compras, refletir sobre os resíduos que gera, nãodesperdiçar. Normalmente, são pessoas que têm condições de pensar. Têmdiscernimento. Parcela razoável dos que vivem sozinhos são intelectualmenteativos, têm erudição e educação no ciclo completo.


OBrasil tem quinze por cento de sua população a viver só. A felicidade da opçãoreside em inúmeros aspectos. Não ter de ouvir bobagens. Não ver sua privacidadeinvadida. Poder dormir à vontade. Usar a roupa que quer. Comer à hora queescolher, sem ter de prestar contas por isso. Dedicar-se aos seus hobbies, semouvir críticas.

 

Hácasais que preferem residir em casas separadas. E dizem que isso dá mais certodo que aquela tradição de “cama de casal”, que nem sempre é a mais cômoda. Tiveum amigo italiano, muito irreverente, que definia casamento como “a troca demaus humores durante o dia e de maus odores durante a noite”. Não deixa de ser umaverdade.


Oseconomistas perceberam que em grupos há tendência a um consumo maior, porpressão social. Enquanto isso, a pessoa que está sozinha se dá ao luxo deconsumir coisas mais gostosas e mais caras. Não consumiria em grupo exatamentepor causa do custo. E cresce o mercado de receitas para uma pessoa só. Que odiga Jamie Olivier.


Existequem crie pets para ter alguém com quem conversar. Ainda não chegamos ao níveldo Japão, onde a mania do Lovot, robô que faz o papel de bicho de estimação epede abraços registrou venda superior a 300% do período pré pandemia.

 

Enfim,tudo é relativo. Há pessoas sós que se sentem solitárias, há pessoas sozinhasque se sentem felizes e realizadas. E existe a pior solidão: aquela de quem sesente assim, embora não esteja só. Tudo uma questão de como encarar a vida,este breve peregrinar por um Planeta ameaçado de nos extinguir, porque nãosoubemos conviver com ele.

 

José Renato Nalini é Reitor daUNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo dasMudanças Climáticas de São Paulo.  





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