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Santa Bárbara,29/04/2024

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Ex-trapezista ‘foge do circo’ e hoje é diretora de escola estadual no interior de SP

Fonte: Redação/Portal SP
Ex-trapezista ‘foge do circo’ e hoje é diretora de escola estadual no interior de SP Sandra Rombi usa técnicas circenses para atrair os estudantes


Na Escola Estadual David Golias, em Valparaíso, Sandra Rombi usa práticas circenses para atrair a atenção de estudantes

Sandra Rombi tem 53 anos de idade e nasceu em Mirandópolis, a 91 quilômetros da capital paulista. Mas já viveu em centenas de cidades até 23 anos atrás, quando se afastou de seu primeiro ofício, o de trapezista de circo, para se dedicar exclusivamente ao papel de professora, seu sonho desde criança.

Em 2024, Sandra completa 10 anos à frente da direção da Escola Estadual Professor David Golias, na cidade de Valparaíso (a 563 quilômetros de São Paulo) , onde fixou morada com os dois filhos. Hoje em dia, ela continua seguindo o circo por onde ele vai, mas para visitar os pais, que são donos do espaço de espetáculo viajante.

“As pessoas costumam dizer ‘tal pessoa fugiu com o circo’ e posso dizer que foi o que aconteceu com o meu pai, que seguiu as irmãs que se casaram com homens circenses aos 14 anos, comprou o próprio circo aos 18 anos, conheceu a minha mãe aos 20 anos e ela deixou a casa dos pais para acompanhá-lo. Eles estão juntos nessa paixão e trabalho até hoje. Desde criança, eles valorizaram muito os meus estudos e dos meus irmãos gêmeos, tanto é que posso dizer que fugi do circo para seguir meu sonho de ser professora, sempre com o apoio dos meus pais”, conta Sandra.

Aos 20 anos de idade, Sandra deu início à formação em Letras e posteriormente à de Pedagogia. Aos 23, já atuava como professora e manteve dois empregos — o de trapezista de circo e docente —, até os 30. Atualmente, quando vai até a cidade onde o circo está montado aos finais de semana para visitar os pais, apoia ambos na bilheteria. O pai, vez ou outra, faz as apresentações de palhaçaria, mas assim como Sandra, os genitores também são ex-trapezistas.

“Quando eu ainda fazia trapézio e o circo vinha até a cidade, não contava aos meus alunos e eles chegavam às apresentações aos finais de semana, se deparavam comigo no picadeiro e achavam aquilo maravilhoso. Hoje em dia, eu trago o espetáculo para dentro da escola e compartilho minhas experiências circenses, misturando o aprendizado com mágica e música, por exemplo, para atrair a atenção dos estudantes”, avisa a diretora.

Assim como Sandra, o filho de 30 anos seguiu carreira na docência. Já a filha, de 17 anos, pretende fazer faculdade de farmácia. O circo continua sendo 100% familiar.

“O que eu mais gostava quando criança era de brincar de escolinha e meus pais faziam questão que eu não faltasse a nenhum dia da escola, independentemente da cidade em que estávamos com o circo montado. Ter tido essa oportunidade e se eu não fosse persistente quanto aos meus estudos, não estaria onde estou hoje. Por isso, eu sempre mostro para os estudantes da minha escola que eles podem ir longe, enfrentar adversidades e conquistar seus sonhos”, diz Sandra.

DownloadGoverno de SP

Sandra reconhece os avanços da educação nos últimos anos, que beneficiam os estudantes em itinerância — que podem ser os que moram no circo, ou parques. “Hoje, meu sobrinho de 17 anos, se muda de cidade e em qualquer escola que ele vá, o conteúdo será o mesmo naquele bimestre, por conta do currículo unificado pelo Estado. Além disso, meu irmão faz questão de ter internet para que ele tenha acesso às plataformas de apoio à aprendizagem disponibilizadas pela Secretaria da Educação”, destaca.

Alunos circenses

A diretora da escola em Valparaíso lembra que as crianças e adolescentes dos ensinos Fundamental e Médio e até adultos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em itinerância têm direito a matrículas nas escolas estaduais. As regras de matrícula preconizam, por exemplo, que assim que eles estiverem de mudança para outra cidade, que a escola entregue o histórico escolar imediatamente aos responsáveis, para que a próxima unidade de ensino dê seguimento à sua vida escolar sem prejuízos ao ensino-aprendizagem.




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