Um bom começo
A percepção de que osconcursos públicos replicam a vulnerabilidade da escola brasileira, queprioriza a memorização em detrimento das habilidades socioemocionais, chegalentamente, mas pelo menos se faz presente. Tanto assim, que o CNJ estabeleceu umexame prévio, para que todos os interessados em ingressar na Magistratura sejamaprovados nessa prova preambular
De idêntica forma, oMinistério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos criou o seu CNU –Concurso Nacional Unificado, baseado no êxito do ENEM. A prova será no dia 5 demaio, para todos os interessados em qualquer das 6.640 vagas para vinte e umórgãos do governo federal, sejam os Ministérios, seja o IBGE.
Um passo importante foitrocar aqueles conhecimentos pressupostos, que devem ter sido ministrados eaprendidos no curso universitário, por conteúdos mais adequados aos tempos quehoje vivenciamos.
É cediço que uma dasfalhas do recrutamento é a desvinculação do candidato com a realidade que vaienfrentar se vier a ser aprovado. É o resultado de uma educação que só se atémà memorização, desatenta de que todas as informações estão disponíveis e nãoprecisam estar na mente de quem pretenda ingressar no serviço público.
A geração tecnológica,que já nasceu com chip, sabe manusear todas as bugigangas eletrônicas e seservir da sabedoria disponível e plenamente acessível a quem disponha de umcelular. O que falta é justamente o cultivo das competências socioemocionais.Bem vinda a inclusão de temas como realidade brasileira, políticas públicas,direitos humanos, diversidade, inclusão, meio ambiente, mudança climática eoutros.
Também seriaconveniente que o Exame Unificado do CNJ, para a seleção de magistrados para osquase cem tribunais do Brasil, incluísse mais ética, noções de psicologia,tratamento com as pessoas, sensibilidade, compaixão e tudo aquilo que, muitasvezes, parece faltar em profissionais aprovados à base do “decoreba”.
A ideia inicial éinspiradora. Mas não pode parar nisso. O ideal seria investir em cursos depreparação que se atualizem e consigam oferecer à nação quadros aptos aoenfrentamento dos desafios postos à contemporaneidade.
José Renato Nalini é Reitor daUNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo dasMudanças Climáticas de São Paulo.
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